*Ao lermos com calma seguintes obras: Aquarela do Brasil e o livro de Monteiro Lobato – Caçadas de Pedrinho, vamos perceber que a primeira obra deve sair de circulação com extrema urgência?
Se ao lermos uma obra e seus significados para época e suas colocações, veremos que não são preconceituosas, mas se seguirmos os caminhos do STF a obra deve ser descartada na atualidade? Vamos mudar todo contexto literário?
Acredito que nós educadores não precisamos de uma lei que nos diga o que é preconceito racial. Educadores do Brasil sabem que seu papel em sala de aula é de articulador e assim sendo, ensinamos diariamente para aprendizes de diversas maneiras de como podemos e devemos acabar com os pré (conceitos) ou pre-conceitos ou preconceitos impostos para nós através das nossas famílias.
Não, não temos que fazer isto e sim apenas pensarmos, até quando vamos nos agarrarmos em ditames colocados por um pequeno grupo que se aproveita de uma lei mal formulada?
Acredito que legisladores do Brasil deveriam analisar tudo o que aprovam, antes de empurrar para sociedade suas leis ou leis que venham a prestigiar alguns de uma sociedade tão carente de justiça.
Leitores devem buscar o significado das palavras e vamos para um belo exemplo: Meu mulato inzoneiro - Há várias definições para a palavra - entre elas intrigante, mexeriqueiro, mentiroso, sonso –
Explanation:
inzoneiro (adjectivo) = mentiroso; intriguista;
substantivo masculino = aquele que faz inzonas para as crianças;
Inzonas (substantivo feminino) =
1. mentira; intriga;
2. brinquedo com que se enganam crianças;
Dicionário Porto Editora - http://www.proz.com/kudoz/Portuguese/other/1186475-mulato_izoneiro_isoneiro.html
A simples expressão “mulato inzoneiro”, hoje daria cana, até porque mulato vem do espanhol mulato, “macho jovem”, por comparação da geração híbrida do mulato com a do mulo.
Quanto à “morena sestrosa”, enquanto moreno é um eufemismo para um indivíduo de raça negra, sestroso significa ronhoso, teimoso e vem de sinistro ou “esquerdo, que é do lado esquerdo, canhoto, desajeitado”. http://tomauma.blogspot.com.br/2009/05/o-mulato-inzoneiro-da-theresa.html
*Professor – Rogério Antônio Rosa
Aquarela do Brasil
Por Ary Barroso
http://blog-artssi.blogspot.com.br/2009/02/musica-aquarela-toquinho-composicao.html
Brasil
Meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Ô Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingá
Ô Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil! Brasil!
Prá mim... prá mim...
Ô, abre a cortina do passado
Tira a Mãe Preta do serrado
Bota o Rei Congo no congado
Brasil! Brasil!
Deixa cantar de novo o trovador
À merencória luz da lua
Toda canção do meu amor
Quero ver a “Sá Dona” caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Brasil! Brasil!
Prá mim... prá mim...
Brasil
terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiscreto
Ô Brasil, verde que dá
Para o mundo se admirá
Ô Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil! Brasil!
Prá mim... prá mim...
Ô, esse coqueiro que dá côco
Oi, onde amarro a minha rêde
Nas noites claras de luar
Brasil! Brasil!
Ah, ouve essas fontes murmurantes
Aonde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincá
Ah, este Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil! Brasil!
Prá mim... prá mim...
Audiência no STF sobre livro de Lobato não chega a acordo
A audiência de conciliação realizada ontem à noite no Supremo Tribunal Federal para discutir a adoção do livro "Caçadas de Pedrinho", de Monteiro Lobato, no Programa Nacional Biblioteca na Escola, do governo federal, trouxe avanços sem chegar a um acordo definitivo.
Em 2010, o livro foi acusado de racismo, sobretudo pelo modo pejorativo como se refere à personagem negra Tia Nastácia.
Convocada pelo ministro Luiz Fux, a negociação envolveu o Ministério da Educação o Instituto de Advocacia Racial, do Rio, e o técnico em gestão educacional Antonio Gomes da Costa Neto.
Há dois anos, um parecer do Conselho Nacional de Educação recomendou a não distribuição da obra por meio do PNBE, alegando que o livro era racista. Por meio de um ato homologatório, o MEC desconsiderou o parecer.
Para o ministério, uma nota explicativa recomendando a contextualização da obra bastaria para a distribuição.
O Iara e Costa Neto entraram com um mandado de segurança para sustar o ato.
Na audiência, o instituto sinalizou que pode desistir de pedir a tal anulação, caso o MEC implemente medidas concretas, como a capacitação de professores sobre o tema, além da veiculação da tal nota explicativa.
O ministério se dispôs a negociar os parâmetros do acordo com o próprio Iara, deixando em aberto uma definição sobre o caso. Haverá um novo encontro entre as partes no próximo dia 25, em Brasília, para discutir o processo de ajustamento.
Caso cheguem a um acordo, seus termos deverão ser apresentados ao ministro Fux, que decidirá se procede.
Caso contrário, o processo será submetido à decisão do plenário do STF.
Em entrevista à Folha, na última segunda-feira, o advogado Humberto Adami, que representa o Iara, declarou que o instituto estava aberto ao diálogo e que a ação tem por objetivo "conter o risco de ver o racismo reintroduzido em sala de aula".
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/65899-audiencia-no-stf-sobre-livro-de-lobato-nao-chega-a-acordo.shtml
"Um excelente educador não é um ser humano perfeito, mas alguém que tem serenidade para se esvaziar e sensibilidade para aprender" (Augusto Cury)